terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Confusão.


Estou cheio de necessidades que meus pais podem suprimir, mas não suprimem.
E não estou falando de necessidades materiais. Não mesmo. Estou satisfeito com o que tenho e dou graças a Deus por isso.
Há anos entrei nessa fase de carência e não é fácil falar sobre isso. Existem sentimentos que não podem ser transcritos no papel. E é mais difícil ainda quando esses sentimentos permanecem intocáveis, intransferíveis e com o passar do tempo só fazem aumentar a dor.
Talvez pela falta do mínimo de afeto devido (pra não dizer “atenção”) o sentimento mais inibidor seja o medo.
Onde está a segurança que é preciso ter para se abrir com os seus pais? Qual parte eu devo questionar? Não tenho respostas para essas e muitas outras perguntas que surgem na minha mente. Perguntas tais que me remetem à solidão do meu quarto escuro. Consigo trazem o medo e a permanente insegurança.
Sinto a necessidade de dialogar com os meus pais, mas não os procuro mais pois já foram inúmeras as vezes que tentei encontrar brecha nos infindos cm³ de concreto do qual são feitos.
Ah, como eu queria partilhá-los de todas as minhas dúvidas; de todas as minhas descobertas; de tudo o que eu fiz e que deixei de fazer... Pena que são meros coadjuvantes.
Sendo assim, vou me contentando com o meu amigo violão, até que um dia eu perca a minha coordenação motora e deixe-o de lado, a contragosto; e o único meio de me libertar (de um caso que não há libertação) será em pensamento, com os contínuos sentimentos reprimidos e vontades acumuladas até que, enfim, eu parta para um plano superior.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Quando a solidão se torna apreciável...

Quando tudo o que eu mais quero me foge o alcance, o que eu devo fazer?
Quando eu penso em desistir e não seguir mais o meu objetivo, quem é que vai estar do meu lado e dizer pra prosseguir?
Tudo o que eu mais queria hoje já não faz mais sentido.
A esquina daquele quarteirão já não é mais tão chamativa quanto outrora.
A teoria que me fazia acreditar que um dia tudo se acertaria já não é mais tão aceita por meu consciente.
Eu não sei mais o que fazer. Sei que tudo não foi em vão.
O que um dia eu sonhei já se tornou realidade. Essa realidade não mais me pertence e quando me vejo dentro dela me sinto totalmente na soberba.
Faz tempo que eu queria te falar. Não há mais volta. Levo assim porque esse sou eu.
Um dia tudo acaba. Pra mim já acabou.
Quando tudo o que eu mais quero me foge ao alcance eu não faço nada.
Afinal, não sou de correr atrás.
São como feridas. Um dia me curo.